segunda-feira, 5 de maio de 2008

Se existissem lá flores...

Se existissem lá flores e desimpedidas fossem,
eu as colheria e por elas me apaixonava.
Com elas podia plantar um jardim.
E que enchesse, e crescesse, e existisse uma agradável paisagem,
e na raiz da mais bonita eu me encontrasse.


Cheirei uma rosa e seu aroma persistiu em mim,
cheirei um cravo e o cravo fez-se rosa.
Plantei-o noutro jardim e o jardim converteu-se num rosal,
e os arbustos do pinhal, e os seus pinheiros fizeram-se rosas,
e da cor das rosas se tornou a abelha
que poisou para se alimentar,
e céu e a terra exalam todo o cheiro que pairava em mim.


Maldito seja quem enviou o fruto para o outro lado.
Um fruto, uns brincos dourados e um punhal de bronze.
Procuraram eles na espera de encontrar o punhal,
e elas procuraram na esperança de encontrar os brincos,
e procuraram, procuraram os pequenos na espera incessante de encontrar o fruto.

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